A sorte não se procura



Recebe-se como uma dádiva 
quando para ela estamos preparados,
   com trabalho e talento!



A sorte não se procura...
São muitos os que todos os dias com ela se cruzam
e nem sequer a reconhecem...


Sortudo? não, "trabalhudo"!!!
  Muitos parabéns e muita sorte, 
pois sabemos que  
estás preparado  para a receber.



A. do Carmo Pereira (*)


(C) 2011 - Copyright - All Right Reserved by José A.P.Alferes

Perdão!


Perdão!


Seria o beijo
Que te pedi,
Dize, a razão 
(outra não vejo) 
Por que perdi 
Tanta afeição? 
Fiz mal, confesso; 
Mas esse excesso, 
Se o cometi, 
Foi por paixão, 
Sim, por amor 
De quem?... de ti! 
...

Vida



Vida:
sensualíssima mulher de carnes maravilhosas
cujos passos são horas
cadenciadas
rítmicas
fatais.
A cada movimento do teu corpo
dispersam asas de desejos

...

Paixão



Supõe que de uma praia, rocha ou monte, 

Com essa vista embaciada e turva 
Que dá aos olhos entranhável dor, 
Tinhas podido ver transpor a curva 
Pouco a pouco do líquido horizonte 
A barca saudosa que levasse 
Aquele a quem primeiro uniste a face 
                E o teu primeiro amor! 


...

Adormecer


Adormecer

Vai vida na madrugada fria. 

O teu amante fica, 

na posse deste momento que foi teu, 
amorfo e sem limites como um anjo; 
a cabeça cheia de estrelas... 
Fica abraçado a esta poeira que teu pé levantou. 
Fica inútil e hirto como um deus, 
desfalecendo na raiva de não poder seguir-te! 

Manuel da Fonseca

Beijos rubros e ardentes


Horas Rubras


Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos rubros e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas...

Oiço olaias em flor às gargalhadas...
Tombam astros em fogo, astros dementes,
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p'las estradas...

Os meus lábios são brancos como lagos...
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras...

Sou chama e neve e branca e mist'riosa...
E sou, talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!


Florbela Espanca


abandonei-me ao silêncio

Ofício de Amar


Já não necessito de ti
tenho a companhia nocturna dos animais e a peste
tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio doutras galáxias, e o remorso

um dia pressenti a música estelar das pedras, abandonei-me ao silêncio

...

Amor Sem Fruto, Amor Sem Esperança



Amor sem fruto, amor sem esperança
É mais nobre, mais puro,
Que o que, domando a ríspida esquivança,
Jaz dos agrados nas prisões seguro.
Meu leal coração, constante e forte,
Vendo a teu lado acesos,
Flérida ingrata, os ódios, os desprezos,
O rigor, a tristeza, a raiva, a morte,
...


Num eterno beijo o infinito tocamos




[ Para Odile, Dia dos Namorados 2011 ]

Enquanto teu corpo
baloiça no meu
desvairadamente
saio de mim
quando em ti entro
e me deleito
no jasmim 
da tua boca
louca
avidamente
sem calma
arrepios 
nos embalam 
a alma 
e sem fim
num eterno beijo
o infinito tocamos



A. do Carmo Pereira (*)

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(Valentine's Day 2011 | Saint Valentin 2011)
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(*) um pseudónimo de José António Pereira Alferes

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Um beijo é culpa?

Beijo

Beijo na face
Pede-se e dá-se:
Dá?
Que custa um beijo?
Não tenha pejo:
Vá!

Um beijo é culpa,
Que se desculpa:
Dá?
A borboleta
Beija a violeta:
Vá!

Um beijo é graça,
Que a mais não passa:
Dá?
Teme que a tente?
É inocente...
Vá!

Guardo segredo,
Não tenha medo...
Vê?
Dê-me um beijinho,
Dê de mansinho,
Dê!

*

Como ele é doce!
Como ele trouxe,
Flor,
Paz a meu seio!
Saciar-me veio,
Amor!

Saciar-me? louco...
Um é tão pouco,
Flor!
Deixa, concede
Que eu mate a sede,
Amor!

Talvez te leve
O vento em breve,
Flor!
A vida foge,
A vida é hoje,
Amor!

Guardo segredo,
Não tenhas medo
Pois!
Um mais na face,
E a mais não passe!
Dois...

*

Oh! dois? piedade!
Coisas tão boas...
Vês?
Quantas pessoas
Tem a Trindade?
Três!

Três é a conta
Certinho, e justa...
Vês?
E que te custa?
Não sejas tonta!
Três!

Três, sim: não cuides
Que te desgraças:
Vês?
Três são as Graças,
Três as Virtudes;
Três.

As folhas santas
Que o lírio fecham,
Vês?
E não o deixam
Manchar, são... quantas?
Três!

João de Deus

Atitude



Atitude


Minha esperança perdeu seu nome...
Fechei meu sonho, para chamá-la.
A tristeza transfigurou-me
como o luar que entra numa sala.

O último passo do destino
parará sem forma funesta,
e a noite oscilará como um dourado sino
derramando flores de festa.

Meus olhos estarão sobre espelhos, pensando
nos caminhos que existem dentro das coisas transparentes.
E um campo de estrelas irá brotando
atrás das lembranças ardentes.


Cecília Meireles

Do caminho para o êxtase e o próprio êxtase



Sucesso - Desafio e Êxtase


Conviria distinguir bem um do outro: o caminho para o êxtase e o próprio êxtase; o primeiro ainda pode ter algum interesse por todas as lutas interiores, por todas as incertezas, por todo o esforço...

Do êxtase, porém, não alimentamos grandes desejos; o amor que nele descobrimos não pertence à categoria do amor que mais nos interessa — o que eleva o amado acima de si próprio, o que se esforça por esculpir uma alma com entusiasmo e paciência; é um amor a que se chega como recompensa de tarefa cumprida; não marca as delícias do caminho difícil, apaga-as da memória; faz desaparecer do peito do homem o seu único motivo de alegria, a sua única fonte de verdadeira glória.

Viver interessa mais que ter vivido...

...>>...>


Sob o véu da madrugada


Sob o véu da madrugada

Acordo em sobressalto
numa cama nua
sob o olhar da Lua
ergo-me descalço
e sem enxergar nada
vagueio no escuro
num quarto perdido
sob o véu da madrugada
não é de gente que passa
a brisa que se sente
só deixaste o teu perfume
e a dor que me abraça
Foi o tempo que parou?
Foste tu que partiste?
Guia-me um astro errante
Ou sou eu que não estou?


A. do Carmo Pereira (*)

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Mulher nua é...


Mulher nua
é rocha despida
que em areia se torna
quando o mar a acaricia
Sendo por algas beijada
solta o seu perfume
Mulher amada
é rocha sem gume




A. do Carmo Pereira (*)

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